Magia da Leitura e Descoberta da Escrita
A propósito do conto da semana “ O Segredo do Rio”, de Miguel Sousa Tavares, a docente de apoio de Língua Portuguesa realizou duas actividades com alunos de ciclos diferentes, 6º e 7ºanos respectivamente.
Com esta actividade pretende-se não só promover a leitura como criar espaços para a criatividade do aluno que, através da escrita, mostra o seu imaginário e o que de melhor ele sabe fazer.
1ªactividade: Assim, e porque os alunos apresentam dificuldades e apetências diferentes, aos alunos do 6º C a docente propôs a seguinte tarefa: “ História que precisa urgentemente de ser encontrada”. Os alunos têm o bilhete de identidade do livro e com ele terão que ir à B.E e procurar na estante reservada ao P.N.L, a história escolhida. Elaborou-se um jogo de pistas que se passa a mostrar:
A actividade que te propomos tem por título: “ História que precisa de ser urgentemente encontrada…” e tem por objectivo descobrir, por meio do jogo que se segue, e na estante reservada ao Plano Nacional da Leitura, a história seleccionada. Assim, deves seguir as pistas que te são fornecidas.
Bilhete de Identidade do Livro:
→ É um texto narrativo (conto)
→ O autor é um jornalista muito conhecido, filho da poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen
→ A editora é Oficina- O Livro
→ A história tem quarenta e quatro páginas e está ilustrada
→ Para encontrar o título, damos-te as seguintes pistas:
Coisa que se não deve dizer ou não deve ser do conhecimento de outra pessoa; mistério.
Curso natural de água que nasce, em geral, nas montanhas e vai desaguar ao mar, a um lago ou a outro curso de água ainda maior.
O título do livro é:______________________________________________________
Nome _______________________________ Nº ___ Turma ____
BOM TRABALHO!
Nota: Depois de descoberta a história, os alunos deliciar-se-ão com a sua leitura na sala de aula. Por fim ser-lhes -á também pedido que dêem um final diferente à história.
2ªActividade:Quanto aos alunos do 7ºE, a actividade consistiu na elaboração da história a partir do título da obra que eles ainda não tinham lido. O resultado foi este:
O Segredo do Rio
Era um dia bonito de Verão. Um grupo de alunos, foi, juntamente com a professora de Ciências, dar um passeio à beira do rio, para explorar e estudar a fauna e a flora. O João, aluno bastante traquina e curioso, separou-se do grupo e resolveu dar um mergulho no rio para apagar o calor que sentia no corpo. O que é certo, é que o aluno foi parar à outra margem. Longe dos amigos, mas sem se preocupar com isso, o João, cheio de curiosidade, entrou num buraco enorme que ficava à beira do rio.
Já lá dentro, o João ficou espantado com aquilo que viu. Eram plantas de muitas cores e de várias espécies, pedras escorregadias que brilhavam com o bater do sol que entrava por uma pequena frincha. Mas o que prendeu a sua atenção foi uma corda velha, cheia de musgo que se encontrava no meio das plantas. Aproximou-se e puxou por ela mas, não conseguindo, e após várias tentativas frustradas, resolveu ir procurar ajuda junto dos amigos. Estes já tinham dado conta da sua ausência e partiram aflitos ao seu encontro.
Daniel, um dos elementos do grupo, descobriu uma ponte velha que dava passagem para a outra margem do rio onde se encontrava o João. Este, que não sabia da existência dessa ponte, nem como chegar junto dos amigos, ouviu, a certa altura, vozes e resolveu esperar para ver o que era. Convencido de que eram os amigos, resolveu gritar. Os seus gritos foram ouvidos por eles e foram ao seu encontro. Já junto do João, a professora repreendeu-o da fuga e ele, cabisbaixo, concordou com um aceno de cabeça. Então, o João resolveu contar a sua aventura, tendo os amigos ficado curiosos com o que tinham ouvido e dispostos a ir ao local para desvendar o mistério.
Já no interior da gruta, o João mostrou o local e começaram a reunir esforços para puxar a corda. De tanto puxarem, juntamente com a corda saiu um baú de madeira, já corroído pelo tempo. Loucos de curiosidade, tentaram abrí–lo, mas não conseguiram.
Então, o João disse:
_ Como vamos abrir o baú?
_ Com uma pedra…_ sugeriu o Pedro.
_ Brilhante ideia! _acrescentou o Daniel.
O João pegou numa pedra e bateu com ela no aluquete ferrugento que, entretanto, partiu. Depois de aberto, o espanto foi geral. Lá dentro estavam muitas moedas de ouro que, pelas inscrições, pareciam datar do tempo dos Romanos.
_ E agora?!_ disseram todos em coro e ansiosos por dar já um destino útil às moedas.
A professora interveio e sugeriu que levassem o tesouro para a escola. No meio do caminho, o Filipe propôs que metade das moedas deveriam ser expostas no museu de objectos antigos da escola.
_ E a outra metade? O que fazes com ela? _ perguntou o Pedro intrigado.
_ Com a outra metade, vamos ao Banco de Portugal e trocamos por euros.
_ E depois? _ perguntou o Daniel.
_ Podemos melhorar as estruturas da escola e fazer uma viagem de estudo a Conímbriga, visitar os monumentos históricos para conhecermos a história do povo romano _ sugeriu o João.
_ E ainda nos sobra algum dinheiro para projectos futuros.
E assim foi! Melhoraram a escola e fizeram várias viagens de estudo. Com a ajuda e a força de vontade de todos, o sonho tornou-se realidade.
Alunos do Apoio de Língua Portuguesa, turma 7º E: João Filipe, Daniel Gonçalves, Pedro Alves
Final diferente para a história:
No dia seguinte, o rapaz colocou uma tabuleta de madeira à beira do rio onde escreveu, com a letra que aprendeu na escola, o seguinte: “Este rio tem um segredo e esse segredo é só meu.”
Os dias que se seguiram à descoberta do segredo foram os mais bonitos e os mais felizes na vida dos dois amigos: davam longos passeios pelos recantos do ribeiro e grandes gargalhadas.
A família assistia com emoção às brincadeiras e achavam interessante e bonita aquela amizade. Só não sabiam que a carpa Lili falava. Lili foi o nome escolhido pela família, para o peixe.
Certo dia, estando os dois amigos a conversar sobre as coisas da escola e, não se apercebendo que estavam a ser observados, a mãe do Bruno descobriu o segredo e logo se apressou a dizer:
- Não fiqueis aflitos e embaraçados porque, como vós sabeis, a verdade vem sempre a ser descoberta. E continuou: - Agora já percebo a tua aflição, meu filho, quando, no outro dia eu perguntei se estavas a falar com alguém e tu me respondeste que estavas a sonhar em voz alta. O Bruno, um pouco envergonhado, pois tinha mentido à mãe, confessou que tinha medo que pensassem que ele era maluco.
-Mas porquê?- perguntou a mãe. Eu acho que exageraste um pouco. Nós amamos-te e aceitamos-te tal como tu és. E continuou:
-Quanto ao peixe falar, acho muito interessante, pois é mais um amigo com quem podemos falar e desabafar. Vou imediatamente comunicar ao teu pai e ao teu irmão esta grande novidade.
E para espanto deles, a mãe correu em direcção à casa e só se ouviu o eco das suas palavras a dizer
-A vida realmente prega-nos grandes surpresas!
Alunos do 6ºC:Cecília, Marta e Mónica